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sexta-feira, 6 de maio de 2011 |
Supernatural: uma viagem pós-apocalíptica |
Depois de mais de um ano sem atualizar o blog, resolvi retomá-lo e voltar a falar de séries, filmes, HQs, desenhos e outras coisas do mundo nerd. Começando com uma análise da atual temporada de Supernatural, que nos trouxe na temporada passada Lúcifer em pessoa que, em sua batalha iminente com o irmão, o Arcanjo Miguel, ameaçava destruir o mundo em um terrível Apocalipse. No fim, os irmãos Winchester conseguiram impedir a ameaça e salvaram o mundo, mas deixaram uma grande questão para os fãs: que ameaça poderia ser pior do que o próprio fim do mundo?
 Então tivemos a estréia da temporada atual, que anda dividindo opiniões. Alguns acham que a série deveria ter se encerrado na 5ª temporada e que a atual está péssima, enquanto outros estão curtindo os episódios atuais. Bem, eu sou do time que tem gostado dos episódios, mas paradoxalmente, gostaria que a série tivesse se encerrado.
Explico, os episódios continuam com bons casos da semana, com cenas divertidas e entretendo, mas os rumos gerais da série não me agradam e o motivo é um só: falta de foco.
Todo mundo que assiste a série desde o começo sabe que as temporadas anteriores possuíam uma trama central que ficava clara logo e, mesmo com os casos da semana, ela era o fio condutor de tudo. O ápice disso foi na 5ª temporada, onde fica claro que o Apocalipse era algo que estava na série desde o começo. Daí o criador, Eric Kripke, sai do comando da série e passa a tocha para Sera Gamble e percebemos claramente uma falta de foco na temporada.

No começo da temporada, Dean está vivendo uma vida normal com Lisa e o pequeno Ben, sendo surpreendido pelo retorno de Sam, que aparentemente saiu ileso da jaula onde Lúcifer e Miguel foram aprisionados. Junto com ele também foi ressuscitado o avô materno dos irmãos, o caçador Samuel, e ambos afirmam não saber como voltaram.
Há um drama inicial de Dean, que fica dividido entre a vida em família e a caça. Ele opta por Lisa, enquanto Sam, que parece um caçador melhor do que era antes, segue em parceria com seu avô. Claro que isso não dura muito e os irmãos logo estão de volta à estrada, caçando as aberrações.
Temos alguns episódios típicos de “caso da semana”. Um episódio que merece destaque é The Third Man, que retoma a história do Apocalipse, mostrando que Rafael quer que o fim do mundo ocorra como devia e iniciou uma guerra civil celestial, tendo Castiel na outra facção. Outro também muito bom é Weekend at Bobby's, que é focado totalmente em Bobby Singer e mostrando seu ponto de vista em relação às missões dos irmãos e de outros caçadores. Episódio com uma quebra de formato muito interessante e que ainda trouxe o demônio Crowley de volta, agora rei do inferno depois da derrocada de Lúcifer.

O problema é que nenhum desses episódios deixava claro qual era a trama da temporada, os únicos elementos que tínhamos eram o surgimento dos monstros alfas (os primeiros de cada espécie, como o 1º vampiro e o 1º metamorfo) e um comportamento um tanto estranho de Sam, que até usou Dean como isca para vampiro em Live Free or Twihard. Somente no episódio Family Matters temos uma resposta e um vislumbre de uma trama. Crowley trouxe Sam e Samuel de volta à vida, mas deixou a alma do primeiro na jaula, só devolvendo-a se os irmãos trabalhassem para ele capturando todos os alfas. Isso não durou muito e, em Caged Heat, Castiel colocou Crowley contra a parede, obrigando o demônio a revelar que não conseguiria resgatar a alma de Sam, o que o levou à morte nas mãos do anjo em uma cena marcante.
O foco da temporada então seria a busca pela alma de Sam agora? A resposta é não, já que em Appointment in Samarra, Dean procura a própria Morte e pede que esta resgate a alma de seu irmão. A entidade concorda, desde que Dean tomasse seu lugar por um dia. Esse foi, sem dúvida, um dos melhores episódios de toda a série e, mesmo sem Dean cumprir sua parte completamente, a alma de Sam voltou ao seu lugar, com uma parede mental que impedia as lembranças do inferno de destruírem o rapaz e, obviamente, pode se romper a qualquer momento.

Com os irmãos de volta ao que eram, finalmente descobrimos qual o motivo do surgimento dos alfas e do interesse de Crowley neles: o Purgatório. Mais precisamente, a Mãe de todos os monstros, que reaparece na Terra no episódio Like a Virgin, 12º da temporada. Ou seja, a vilã principal pode ter surgido apenas na metade da temporada.
Assim, temos três tramas principais: alma de Sam, Mãe dos monstros e guerra celestial. Talvez só a da alma foi melhor desenvolvida, pois o caso da Mãe lembra um pouco Lúcifer na temporada passada, que era excelente sempre que aparecia, mas apareceu pouco, demorou para voltar e decepcionou, enquanto a guerra celestial mal é mencionada e ainda tornou Castiel quase um figurante.
Fora isso, algumas coisas ainda não fazem sentido. Qual motivo Crowley teria para ressuscitar Samuel, já que Dean e Sam poderiam fazer o trabalho? E se apenas uma moça era necessária para ressuscitar a Mãe, por que tantas outras foram seqüestradas? Bem, o tempo para questionamentos na série talvez tenha passado e seja apenas o momento de divertir e rir de si mesma como no episódio The French Mistake, onde Sam e Dean viajam para os sets de Supernatural. Um brilhante e divertido episódio metalingüístico, que nos diverte o tempo inteiro.

Eddie
P.S. não posso deixar de mencionar a homenagem à Arquivo X na abertura do episódio Clap Your Hands If You Believe. Perfeito!
Leia mais aqui!
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posted by Eddie @ 10:10
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Perfil |

Nome: Eddie
Origem: Uma galáxia distante, em um futuro próximo de um Universo Paralelo
Fã de: HQs, séries, filmes e agora, RPG
Último bom filme visto: Quero matar meu chefe
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